terça-feira, 11 de outubro de 2011

22


Em pouco tempo, ela faria 22. E ela se sentia estranha.
Ela já ouvira várias vezes em aniversários “estou ficando velha”, “como o tempo passa” – mas não era esse o sentimento. Ela lembrava da infância... De quando ainda estava aprendendo a escever, que via da janela do seu quarto os meninos do ensino médio. Tão adultos... Nessa época, recebeu um cadernos de confidências, que eram tão comuns. “Vou casar aos 21”, ela escreveu, pensando que 21 anos era o suficiente para que ela já estivesse adulta, mas não tão velha a ponto de não poder mais ter filhos.
A um mês de fazer 22, lembrava como tinha sido inocente. Olhando para trás, percebeu que sempre tentara amadurecer antes, querendo ser mais velha – mas, que, nessa brincadeira, esquecera de aproveitar cada idade como é. Nesse ano, em vez de um presente, ganharia uma reponsabilidade: a consciência de sua idade, e a responsabilidade de viver no presente.

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