Em pouco tempo, ela faria 22. E ela se sentia estranha.
Ela já ouvira várias vezes em aniversários “estou
ficando velha”, “como o tempo passa” – mas não era esse o sentimento. Ela
lembrava da infância... De quando ainda estava aprendendo a escever, que via da
janela do seu quarto os meninos do ensino médio. Tão adultos... Nessa época,
recebeu um cadernos de confidências, que eram tão comuns. “Vou casar aos 21”,
ela escreveu, pensando que 21 anos era o suficiente para que ela já estivesse
adulta, mas não tão velha a ponto de não poder mais ter filhos.
A um mês de fazer 22, lembrava como tinha sido
inocente. Olhando para trás, percebeu que sempre tentara amadurecer antes,
querendo ser mais velha – mas, que, nessa brincadeira, esquecera de aproveitar
cada idade como é. Nesse ano, em vez de um presente, ganharia uma
reponsabilidade: a consciência de sua idade, e a responsabilidade de viver no
presente.
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