domingo, 30 de outubro de 2011

Blank

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As páginas começaram a virar, uma a uma, como se o vento se preocupasse com seu conteúdo. Memórias de risos, choros, agonias, conquistas e dúvidas passam rápido em sua frente, enquanto ela sentia um nó da garganta por confrontar seu passado assim, sem máscaras. Sem muito pensar, ela fechou o livro. Sabia que tinha uma nova chance – e agora ela queria escrever sua história de modo a não mais se arrepender, pois ela não olharia para trás.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para-para-paradise

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Ela acordou com a certeza de que podia voar.
“O mundo não é assim!” “Você não pode – ninguém pode...” “Deixa de lado essa fantasia!” ecoavam em sua mente, como correntes a prendendo no chão.
Mas ela acreditava. E, porque acreditava, podia.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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"Vou traindo minha sina
Distraindo decisão
Falo coisas que as vezes não faço
Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação..."


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Ele abriu a gaveta e foi tirando os arquivos, um a um. Alguns deles estavam manchados, empoeirados, cheios de teia de aranha, outros se conservavam intactos, como se tivessem sido colocados recentemente. Com uma paciência que não é humana, ele abriu um a um, e examinou os que valia a pena serem guardados e os que não, cuidando para não deixar de lado a essência. Só com essa limpa, haveria espaços para coisas novas... E ele sabia que precisaria de muito espaço para todas as mudanças que viriam.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

22

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Em pouco tempo, ela faria 22. E ela se sentia estranha.
Ela já ouvira várias vezes em aniversários “estou ficando velha”, “como o tempo passa” – mas não era esse o sentimento. Ela lembrava da infância... De quando ainda estava aprendendo a escever, que via da janela do seu quarto os meninos do ensino médio. Tão adultos... Nessa época, recebeu um cadernos de confidências, que eram tão comuns. “Vou casar aos 21”, ela escreveu, pensando que 21 anos era o suficiente para que ela já estivesse adulta, mas não tão velha a ponto de não poder mais ter filhos.
A um mês de fazer 22, lembrava como tinha sido inocente. Olhando para trás, percebeu que sempre tentara amadurecer antes, querendo ser mais velha – mas, que, nessa brincadeira, esquecera de aproveitar cada idade como é. Nesse ano, em vez de um presente, ganharia uma reponsabilidade: a consciência de sua idade, e a responsabilidade de viver no presente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Break

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O alarme a despertou em meio a tantos pensamentos soltos.
Era em horas como essa, de profundo cansaço, que ela redescobria a importância de um abraço, do sorriso sem motivo, do cheiro de café, daquela música tocando no rádio – aquela, justo aquela! – da conversa sem sentido, da ligação inesperada, do bilhete esquecido na bolsa, da frase repetida em voz alta, do cheiro de chuva na terra, da palavra de incentivo, dos sonhos...
 

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