domingo, 13 de novembro de 2011

Inquietações

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Ela tirou os olhos do texto e suspirou, pensativa. Mesmo que entendesse aquela dor, não conseguir aceitar que alguém deixasse de gostar do perfume de rosas por ter se ferido uma vez com um de seus espinhos...

domingo, 30 de outubro de 2011

Blank

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As páginas começaram a virar, uma a uma, como se o vento se preocupasse com seu conteúdo. Memórias de risos, choros, agonias, conquistas e dúvidas passam rápido em sua frente, enquanto ela sentia um nó da garganta por confrontar seu passado assim, sem máscaras. Sem muito pensar, ela fechou o livro. Sabia que tinha uma nova chance – e agora ela queria escrever sua história de modo a não mais se arrepender, pois ela não olharia para trás.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para-para-paradise

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Ela acordou com a certeza de que podia voar.
“O mundo não é assim!” “Você não pode – ninguém pode...” “Deixa de lado essa fantasia!” ecoavam em sua mente, como correntes a prendendo no chão.
Mas ela acreditava. E, porque acreditava, podia.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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"Vou traindo minha sina
Distraindo decisão
Falo coisas que as vezes não faço
Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação..."


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Ele abriu a gaveta e foi tirando os arquivos, um a um. Alguns deles estavam manchados, empoeirados, cheios de teia de aranha, outros se conservavam intactos, como se tivessem sido colocados recentemente. Com uma paciência que não é humana, ele abriu um a um, e examinou os que valia a pena serem guardados e os que não, cuidando para não deixar de lado a essência. Só com essa limpa, haveria espaços para coisas novas... E ele sabia que precisaria de muito espaço para todas as mudanças que viriam.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

22

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Em pouco tempo, ela faria 22. E ela se sentia estranha.
Ela já ouvira várias vezes em aniversários “estou ficando velha”, “como o tempo passa” – mas não era esse o sentimento. Ela lembrava da infância... De quando ainda estava aprendendo a escever, que via da janela do seu quarto os meninos do ensino médio. Tão adultos... Nessa época, recebeu um cadernos de confidências, que eram tão comuns. “Vou casar aos 21”, ela escreveu, pensando que 21 anos era o suficiente para que ela já estivesse adulta, mas não tão velha a ponto de não poder mais ter filhos.
A um mês de fazer 22, lembrava como tinha sido inocente. Olhando para trás, percebeu que sempre tentara amadurecer antes, querendo ser mais velha – mas, que, nessa brincadeira, esquecera de aproveitar cada idade como é. Nesse ano, em vez de um presente, ganharia uma reponsabilidade: a consciência de sua idade, e a responsabilidade de viver no presente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Break

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O alarme a despertou em meio a tantos pensamentos soltos.
Era em horas como essa, de profundo cansaço, que ela redescobria a importância de um abraço, do sorriso sem motivo, do cheiro de café, daquela música tocando no rádio – aquela, justo aquela! – da conversa sem sentido, da ligação inesperada, do bilhete esquecido na bolsa, da frase repetida em voz alta, do cheiro de chuva na terra, da palavra de incentivo, dos sonhos...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

De um "eu" para um "você"

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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"Todo mundo ficou em paz, menos Aureliano. A imagem de Remedios, a filha mais nova do delegado, que pela idade poderia ser sua filha, ficou doendo em alguma parte de seu corpo. Era uma sensação física que quase o incomodava para andar, como uma pedrinha no sapato."

(Gabriel Garcia Marquez)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

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"Não" ela respondeu, tentando parecer decidida. Ela não queria acabar com tantas histórias que ela mesma criara... Enquanto isso, ouviu a música no rádio: "... isso estragaria o meu faz de conta ..."

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Retalhos

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E mais uma vez ela olhou para o relógio, pensativa. Suas tardes de tédio eram eternos suspiros, repletas de saudades do futuro que poderia ter sido, preenchidas com pesquisas sobre assuntos tão aleatórios quanto ela poderia encontrar. Enquanto o fim da tarde não chegasse, ela continuaria ali, sentindo o cheiro de café que ela não poderia tomar, procurando músicas que ela não poderia ouvir – até que algumas palavras a levassem pra longe...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bliss

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"... when she wanted to run instead of walk, to take dancing steps on and off the pavement, to bowl a hoop, to throw something up in the air and catch it again, or to stand still and laugh at - nothing - at nothing, simply."

(Katherine Mansfield)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Tolices

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Mesmo relutante, ela entrou. O lugar lembrava um cenário de filme, com um toque de fantástico que só foi reforçado pelo homem que estava ali parado, olhando para ela de uma maneira cordial.
“Como presente de boas vindas, você irá ganhar um chocolate” – ele começou a explicar, como se não fosse a primeira vez que dizia aquelas palavras – “que está em um dos cômodos. Se você souber procurar, irá encontrar um chocolate com nozes e avelãs que é muito bom, mas não tão fácil de ser encontrado. Se tiver pressa, porém, poderá provar um chocolate qualquer. Como eu disse, irá ganhar um chocolate, apenas um, então seja cautelosa na hora de escolher.
Ela pensou no chocolate com nozes... Nozes a lembravam da infância junto dos irmãos, quando eles disputavam um espaço nas falhas da cerca para pegar algumas nozes caídas no chão da árvore do vizinho. Em sua adolescência, bombons de avelãs eram os presentes que seu pai trazia, depois de meses de viagens, nos poucos dias que passava com ela... Era isso. Ela decidira ir até o fim.
Ao entrar no corredor, viu uma infinidade de portas... Quantos doces ela veria antes de encontrar o que ela queria? Ela conseguiria reconhecer quando o encontrasse? Quando entrou na primeira porta, encontrou um embrulho simples em cima de uma mesa, que ela logo reconheceu como chocolate barato e de má qualidade. Na segunda, o embrulho era maior, e o doce parecia um pouco melhor, mas ainda não era o que ela queria. E assim ela continuou, até que todos pareciam iguais... Cansada de tentar, ela entrou em uma das portas, sentou na pequena poltrona perto da janela e abriu o embrulho, levando o doce até próximo de sua boca. Quando ia dar a primeira mordida, uma voz sussurrou em seu ouvido “espera”... Ela lembrou das nozes, da infância, e desistiu. Resolveu continuar a procura... A cena se repetiu por mais algumas vezes, mas ela sabia que havia algo melhor à sua espera.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desabafo

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Após terminar de ler um livro de Rubem Alves, o menino resolveu soltar seu pássaro. O canário tinha sido seu por muito tempo, e mais que o cantor da casa, ele era seu amigo e confidente, mesmo sendo apenas uma ave. Ao abrir a gaiola, demorou um tempo até o canário perceber que seu dono não iria apenas colocar água ou comida, mas que ele poderia sair. O pássaro pulou no ombro do menino, e cantou. Não era um canto como todos os outros – a melodia era suave e alegre, bonita como ele nunca havia ouvido. Após terminar seu canto, o canário voou pela sala, lentamente, se acostumando a usar as asas que antes não eram usadas. O menino sabia que por todo o tempo que conviveram, o canário voltaria, mas, ao vê-lo voando, o medo de perder o invadiu, e ele fechou a janela, sem perceber que isso só aumentaria o desejo de fuga. Com a janela aberta, a ave voltaria, após alguns dias de liberdade, cantaria aquela bela canção mais uma vez e tornaria a sair, verdadeiramente feliz. Com o ato do menino, seu desejo de voltar diminuía, sufocado pelo desejo de voar ...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Amelie

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Amélie : Vous savez, la fille au verre d'eau, si elle a l'air un peu à côté, c'est p'têt parce qu'elle est en train de penser à quelqu'un.
Dufayel : A quelqu'un du tableau ?
Amélie : Non, plutôt à un garçon qu'elle a croisé ailleurs. Mais elle a l'impression qu'ils sont un peu pareils, elle et lui.
Dufayel : Ah, autrement dit, elle préfère s'imaginer une relation avec quelqu'un d'absent, que de créer des liens avec ceux qui sont présents ?
Amélie : Non... P'têt même qu'au contraire elle se met en quatre pour arranger les cafouillages de la vie des autres.
Dufayel : Mais elle, les cafouillages de la sienne de vie, qui va s'en occuper ?

*

C'est l'angoisse du temps qui passe qui nous fait tant parler du temps qu'il fait.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

19 de junho

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"Diante de cada Homem, abrem-se dois caminhos: o do egoísmo ou o do Serviço. Cada um terá que escolher por si próprio qual será o verdadeiro lema. O egoísmo é mais cómodo; o Serviço envolve sacrifício. Se um indivíduo não é capaz de se sacrificar, não tem direito de se chamar Homem. Mas se se sacrifica para servir, exprimindo da melhor maneira possível o seu amor, pode estar certo de que a vida será para ele um bem muito real, cheia de Felicidade”.

Baden Powell

sexta-feira, 8 de abril de 2011

*

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Ela queria voltar a escrever, mas em sua mente tudo era silêncio. Não silencio constrangedor, não silêncio triste – mas aquele silêncio que fica depois do beijo, quando os olhos falam e o verbo se torna desnecessário.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Oração

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Ensina-me a ter coragem e saber a hora certa de correr, mesmo quando o mundo espera que eu fique, para onde eu me sinto verdadeiramente bem.
 

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